Sobre limites e respeito
Dia desses, conversando com uma amiga, falávamos de como é difícil reconhecer nossos próprios limites de aceitação da diferença.
Ela, também homossexual e mais ou menos da minha idade, contava que teve algum contato com praticantes do poliamor e, diante deles, chegou à conclusão de que não era capaz de entender como era possível viver uma relação amorosa assim, com tantas pessoas ao mesmo tempo.
Segundo ela, ao constatar esse seu bloqueio, lembrou-se de seu pai, que não era capaz de entender o amor entre pessoas do mesmo sexo, e se sentiu retrógrada como ele.
Diante disso, eu (que, aliás, também tenho sentimentos semelhantes em relação ao poliamor) pensei que todos nós temos algum limite de compreensão da diferença, é praticamente inevitável. O que fazer então?
Em primeiro lugar, acho que devemos assumir que temos, sim, um limite e que não necessariamente temos de lutar contra ele.
O que não podemos, eu penso, é considerar tudo que está para além desse marco como ilegítimo, intolerável, inadmissível. Eu posso não querer viver aquilo que outra pessoa vive, mas isso não me dá o direito de condenar quem escolhe viver assim.
Essa, para mim, seria a diferença entre minha amiga e seu pai. Ele não entendia o amor entre iguais e, por isso, reprovava quem vivia essa experiência. Ela pode não entender quem vive o poliamor, mas respeita quem escolhe viver assim.
Faz toda a diferença. Se conseguirmos reconhecer que temos limites, sim, mas que eles não nos autorizam a julgar quem está para além deles, a convivência entre os humanos será bem melhor.
só posso concordar, enfática e alegremente
Obrigada, querida!
Concordo plenamente!
:-*
Exatamente isso! Obrigada pelas palavras =D
😉
Assino embaixo!!!
😉
Maravilhoso texto! Tomara que essa perspectiva ganhe mais terreno!
Obrigada!
também assino embaixo. é mesmo muito difícil.
<3
Que texto bacana, Ana! Fácil de entender até para quem anda se distraindo com a intolerância.
Beijo!
Obrigada, Carla! Volte sempre! 🙂
Essa discussão tem sido uma constante na minha vida, pois entendo que não admitir nossos limites e nossos preconceitos em relação as escolhas do outro é um erro, inibe nossa evolução. Tenho muitos senões, muitas práticas e comportamentos alheios não me servem, não se enquadram na minha vida, mas o importante tem sido entender que isso não me permite interferir na esfera alheia. Basta, apenas, que uns respeitem os espaços dos outros e a convivência se dará com harmonia. Temos que ter, sim e sempre, uma única voz contra a intolerância. Texto maravilhoso, Ana.
É isso, né? 🙂
Muito obrigada por esse texto. Depois que passei a pensar assim, encontrar eco em outras pessoas que tem a mesma compreensão é um conforto. Obrigada, de verdade!
Obrigada pela visita e pela compreensão! Volte sempre! 🙂